terça-feira, 17 de junho de 2008

Reportagem Multimédia


Ponteiro, porque baixas tanto?

Rita Mendes é mãe, trabalhadora e estudante. Com esta multiplicidade de papéis, o carro torna-se um meio de transporte imprescindível na sua vida. A actual situação do aumento dos combustíveis, tem vindo a afectar muitas pessoas, inclusive Rita.

São 7:30. O despertador toca…Rita acorda para mais um dia. Acorda a sua filha Leonor de 5 anos e sai de casa na Gafanha da Nazaré às 8:10. Apercebe-se que tem muito pouca gasolina: “Não sei como é possível…ainda há tão pouco tempo enchi o depósito?!”.
Rita Mendes é uma das muitas pessoas que utiliza o carro diariamente; actualmente, divide-se entre três papéis: mãe, trabalhadora e estudante.

“Oh não! Não tenho gasolina!”

Às 8:20, Rita chega à bomba de gasolina em Aveiro para abastecer o seu automóvel. Como apenas falta uma semana para o final do mês, esta jovem faz contas à vida para decidir a quantidade de combustível que irá abastecer. Decide atestar o depósito, na esperança de não ter que fazer nenhuma viagem extra, para que este dure até ao fim da semana. “Antigamente abastecia na bomba da Galp aqui ao pé da minha casa. Agora, opto por abastecer um pouco mais longe, ao Jumbo, mas onde os preços são mais acessíveis, dada a actual situação”.
O aumento do preço dos combustíveis está a afectar os automobilistas, levando à procura de gasóleo ou gasolina mais barata, mesmo por alguns cêntimos, em postos de abastecimento nas grandes superfícies.
Algumas marcas já apostam em promoções de alguns cêntimos e vales de descontos. Fonte dos postos da BP revelou que “as quebras situam-se na ordem dos 30%”, destacando que “a salvação tem sido a utilização dos vales de desconto”.
Outra fonte da Repsol refere que, em contrapartida, se verifica “um aumento do abastecimento do GPL”, a metade do preço da gasolina.



“Carro, porque preciso tanto de ti?”

Após encher o depósito, Rita leva a sua filha ao infantário em Ílhavo. Segue para o seu emprego, assumindo agora o papel de trabalhadora independente na área das telecomunicações. Passa pelo escritório em Aveiro para fazer o planeamento do dia. “Na minha actividade profissional, não posso abdicar do carro, pois preciso de ir visitar clientes constantemente. Actualmente, tento tratar o máximo de assuntos através de e-mail ou telefone, restringindo as minhas deslocações ao mínimo necessário”, revela Rita.
Hoje, Rita opta por ficar a trabalhar na zona de Aveiro. “Tenho vindo a planear os meus dias, de forma a escolher visitar os clientes de zonas próximas no mesmo dia, para evitar deslocações maiores”, explicita Rita.
Sai do escritório e dirige-se a Esgueira para uma reunião com um cliente. Segue-se mais uma viagem…desta vez é em Albergaria-a-Velha que mais um cliente aguarda esta jovem vendedora. Nesta deslocação, nem tudo foi perdido…Rita fechou negócio.
A alegria de mais uma vitória esbate-se quando Rita se apercebe que o ponteiro indicador dos níveis de combustível já baixou. Mas, o dia ainda está a meio…espera-a uma viagem até Coimbra.

A viagem continua…

Às 13:30, depois de almoçar apressadamente, Rita segue rumo a Coimbra. Chegada a Coimbra depara-se com mais um problema…não encontra estacionamento. Passado alguns minutos de procura e de voltas e mais voltas, Rita exausta, lá encontra um lugar. Apressada, entra na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra para mais um exame do curso de Estudos Artísticos.
Rita, trabalhadora-estudante abandona Coimbra às 17horas. Chega finalmente a Aveiro às 18 horas e passa pela empresa para prestar contas do seu dia, seguindo para Ílhavo onde Leonor a espera ansiosamente para voltarem para casa.
Mãe e filha chegam à Gafanha da Nazaré às 19h30 para desfrutar dos poucos momentos que passam juntas. Rita, estaciona o carro na garagem do seu prédio. Observa novamente o ponteiro do combustível. Baixou. Baixou muito.


“Assim não dá!”

“Não é fácil! Este é o primeiro dia da semana e será impossível não atestar o depósito novamente até ao fim da semana. É muito complicado …o aumento do petróleo, leva ao aumento dos combustíveis! Consequentemente, o custo de vida tem aumentado bastante e é muito difícil fazer face a todas estas despesas”. Rita é apenas uma das pessoas que lidam com esta realidade diariamente. A sua rotina implica uma grande mobilidade e rapidez o que a impede de optar por transportes públicos.
“Hoje fiz cerca de 200 quilómetros! Pelas minhas contas, gastei mais de 15 euros em combustível! Assim não dá!”. Rita sente-se revoltada com o actual preço dos combustíveis e culpa, em parte, o governo. No entanto, o governo afirmou na última assembleia que “os portugueses sabem que esta situação se deve a uma conjuntura internacional marcada pela subida dos preços do petróleo e das taxas de juro. Rejeitam, por isso, a demagogia daqueles que querem imputar ao Governo português responsabilidades que não são as suas”. Como muitos dos portugueses, Rita continua descontente com as explicações governamentais.

Photobucket – Dezembro de 2007




Carolina Névoa e Joana Capucho

1 comentário:

Unknown disse...

Ola carolina!
Antes de mais, parabéns pelo blog, e fico feliz por saber k a vida te está a correr bem!
Já não nos vemos há anos...sou a filipa de oiã, a tua amiga e infância... ainda te lembras?
Deixo o meu email, pra irmos falando,ou trocarmos de contactos. Ô meu email é o sefuinte: filipa.ocs@gmail.com